Pinot Auxerrois “H” Vielles Vignes
A Alsácia é uma região bastante tradicionalista e que segue muitas regras na produção dos vinhos. Uma delas é que apenas as uvas tradicionais (Riesling, Gewurztraminer e Pinot Gris), plantadas nos melhores vinhedos, são certificadas para ter a informação “Grand Cru” no rótulo.
Fugindo um pouco do seu tradicionalismo, há 60 anos Jean Meyer decidiu plantar uma parcela da uva Pinot Auxerrois em um de seus principais vinhedos, o Hengst Grand Cru, simplesmente porque ele gostava muito desta uva.
Hoje, após 6 décadas que foram plantadas, estas vinhas ainda produzem e as irmãs Meyer seguem fazendo este vinho, que é sempre o escolhido para todas as comemorações da família Meyer, já que traz boas memórias de seu pai.
Infelizmente, pela limitação das regras da denominação, o Pinot Auxerrois “H” Vielles Vignes não pode ser classificado como Grand Cru.
TERROIR: O solo da encosta de 360 metros que domina este vinhedo Grand Cru é essencialmente uma mistura de calcário do departamento de Vosges, marga calcária e camadas de sedimentos vermelhos, castanhos, verdes e bege com centenas de metros de espessura. A rocha-mãe é de tonalidade amarelo alaranjada
Datando desde o período Jurássico, os elementos variam em densidade, desde muito finos até consideravelmente grossos/grandes.
VINIFICAÇÃO: Para este Pinot Auxerrois, todas as uvas são colhidas à mão e os cachos inteiros são prensados suavemente, de forma muito lenta, em prensas pneumáticas, durante 5 a 8 horas para proporcionar um mosto limpo e um benéfico contato com a pele das uvas.
Após ser transferido para tanques de aço inoxidável termorregulados, o suco inicia a fermentação natural usando apenas suas próprias leveduras.
Após aproximadamente uma semana o vinho é bombeado para uma centenária barrica de carvalho onde termina a fermentação.
Após maturação de 4 a 8 meses com suas borras finas, o vinho é filtrado e engarrafado antes do calor do verão para conservar o gás carbônico natural (um antioxidante natural).
NOTAS DE PROVA: Trata-se de um vinho de grande densidade, que melhora com o envelhecimento. A fermentação costuma ser longa, e, na juventude, o vinho revela no nariz aromas de fruta e de caroço.
São sensações delicadas, como ameixa ou damasco, acompanhadas por uma mineralidade esculpida e uma salinidade pronunciada. No paladar, é ao mesmo tempo carnudo e calcário. A fruta se mistura ao sal e à mineralidade no final de boca, que apresenta um retrogosto longo e amargo. Esse caráter singular o liga de forma intensa ao solo calcário de Hengst. No entanto, é com o envelhecimento, após 8 a 10 anos, que sua verdadeira personalidade se revela. O nariz evolui para notas de casca macia, mel de flores, com toques cremosos e salinos. Há contenção e elegância na estrutura do vinho, envolta por luz, cristais de sal, aromas pedregosos e sutis nuances de carvalho.
HARMONIZAÇÃO:
Na juventude, este vinho acompanha com elegância frutos do mar delicados, como vieiras. Após cerca de sete anos de envelhecimento, harmoniza perfeitamente com pratos de aves em molho cremoso, risoto de porcini ou vol-au-vent. Depois de aproximadamente quinze anos, a carne delicada de uma lagosta ou, em um registro diferente, um queijo Reblochon de fazenda, brilhará de forma especial ao seu lado.