Antiyal Viñedo Escorial é feito 100% com a uva Carménère de uma das melhores, porém menores, parcelas da Antiyal, o vinhedo Escorial, com apenas 0,8 hectares e vinhas de 17 anos de idade. Orgânico e biodinâmico (certificações Ecocert e Demeter) é cultivado inteiramente pelo Álvaro Espinoza e sua família, na propriedade em que vivem e produzem os vinhos, a 500 metros de altitude, em Maipo Andes.
O solo de origem vulcânica e basáltica possui alto conteúdo de pedras e matéria orgânica. No ano de 2019 o inverno foi frio, porém houve poucos dias de chuva. A primavera trouxe boas condições para que os brotos nascessem fortes e saudáveis. O clima seco do final de março permitiu que a colheita ocorresse duas semanas antes do que o costume, gerando condições especialmente boas, principalmente para as variedades Syrah e Carménère e um incrível perfil aromático para boa parte do vale.
As uvas para a produção do Carménère Viñedo Escorial são colhidas a mão e fermentadas em tanques de inox de 5 mil litros por 25 dias, com suas próprias leveduras. Em seguida o vinho é envelhecido por 12 meses, 100% em tanques de concreto em formato de ovo.
O formato de ovo permite um movimento natural e constante do vinho devido a uma corrente interna ocorrida com a própria fermentação. É como se o vinho estivesse em um processo de Bâtonnage contínuo. Além disso as paredes porosas de concreto permitem a micro-oxigenação sem a necessidade de utilizar madeira e, consequentemente, sem a interferência nos sabores e aromas que as barricas costumam trazer.
Com toda essa atenção aos detalhes, o Antiyal Viñedo Escorial corresponde muito fielmente ao novo estilo de Carménère que prevalece hoje, privilegiando a fruta e o frescor e que não tem medo das notas de ervas típicas da variedade, mas que nos últimos anos foram escondidas com muita madeira ou sobremadurez.
É um vinho que impressiona pelo frescor, fluidez e tensão do conjunto, que equilibram toda sua potência e untuosidade. As notas terrosas e de ervas aparecem ao fundo, envolvendo toda sua fruta vermelha e negra de perfil mais maduro, tudo muito bem apoiado por uma acidez suculenta, taninos firmes em um contexto de corpo médio. Tem final longo e cheio, com agradáveis toques terrosos, de couro, de cinzas frias e de alcaçuz.
Esse é um vinho para guardar, embora agora já ofereça tudo o que precisa para acompanhar um delicioso ensopado de cordeiro.
É a uva Carménère em um nível muito alto.