Os Clos, os famosos vinhedos murados da Borgonha, são cultuados por todo amante de vinhos. Ainda na Idade Média, os monges que se instalaram na região começaram a desvendar quais terrenos produziam os melhores vinhos e, para delimitar alguns, levantaram pequenos muros de pedra. Assim, surgiram os primeiros Clos.
O maior deles, o Clos Vougeot, começou a ser delimitado por volta de 1110, mas suas fronteiras só foram fincadas em 1336, e o muro foi completado posteriormente. Este clos de 50 hectares foi criado pelos Monges de Cîteaux, que tinham a sua adega localizada no Château du Clos Vougeot, que atualmente é a sede da Confrérie des Chevaliers du Tastevin, confraria fundada em 1934 para promover os vinhos da Borgonha..
Atualmente 80 produtores possuem um pedacinho deste vinhedo, sendo a parcela do Domaine Jacques-Prieur uma das maiores, com 1,28 hectares. O solo deste famoso vinhedo possui uma grande quantidade de argila, o que contribui para vinhos potentes, suculentos e bem estruturados, com um toque de especiarias e um tanto rústico quando mais jovens.
Para a vinificação do Clos Vougeot Grand Cru do Domaine Jacques-Prieur, as uvas Pinot Noir são colhidas manualmente em pequenas caixas, depois classificadas e selecionadas e, por fim, totalmente desengaçadas. O vinho permanece com as cascas por 21 dias em tanques de carvalho abertos, com temperatura controlada, onde é realizado o pigéage (técnica em que os materiais sólidos que ficam na parte de cima do tanque são empurrados para baixo, se misturando à parte líquida, aumentando a extração de cor, sabores e aromas presentes nas peles das uvas) duas vezes ao dia durante a fermentação alcoólica. É realizada a fermentação maloláctica e então o vinho envelhece por 20 meses em barris de carvalho novos.
A safra de 2013
Após um clima árduo em 2012, era desejado uma safra mais serena em 2013, mas a natureza decidiu o contrário! Mais uma vez, as vinhas, durante toda a estação de crescimento e até a maturidade final das uvas, sofreram todos os ataques da natureza: um inverno longo e cinzento, uma primavera sombria e chuvosa, um ciclo de crescimento lento, floração tardia, com ataques de fungos e outras doenças e um mês de julho marcado por tempestades de granizo violentas, especialmente a de 23 de julho na Côte de Beaune, que causou grandes perdas na colheita (de 10% a 100%, dependendo da localização). Todas essas condições climáticas resultaram em uma significativa queda na produção. Felizmente o agosto quente, seco e ensolarado, e o setembro suave e ligeiramente úmido permitiram que a pequena quantidade de uvas amadurecesse no início de outubro. A colheita começou em 2 de outubro, confirmando 2013 como uma safra de colheita tardia e a qualidade geral dos vinhos não foi afetada por essas perturbações climáticas. Os vinhos tintos desta safra costumam ser densos, com frutas pretas pronunciadas no paladar, apresentando notas refrescantes e picantes e taninos maduros.
O Clos Vougeot Grand Cru 2013 do Domaine Jacques-Prieur
De cor rubi profundo, o Clos Vougeot 2013 do Domaine Jacques-Prieur apresenta aromas muito frescos, com notas de cereja, amêndoa fresca e pão tostado. Na boa é um vinho dinâmico, com muita complexidade, apresentando notas picantes e de alcaçuz, taninos densos e pronunciados.